A Bulimia nervosa caracteriza-se pela ocorrênciade episódios repetidos de voracidade alimentar, seguido por comportamentos compensatórios inapropriados, tais como o vómito auto-induzido, abuso de laxantes, diuréticos, ou outras medicações, jejum, ou exercício físico excessivo. Os alimentos ingeridos nessa ocasião tratam-se de alimentos ricos em hidratos de carbono e são ingeridos de uma forma eloquente. A bulimia baseia-se também num ciclo vicioso de compulsão-purgação-restrição, devido a uma auto-avaliação distorcida e negativa do peso e forma do corpo. Aquando desta perturbação os sujeitos são confrontados com sensações audazes de incapacidade, medo, culpa e vergonha. As características fundamentais da Bulimia Nervosa, encontram-se descritas no DSM-IV-TR (2002), como períodos de ingestão compulsiva de alimentos e o uso de métodos compensatórios inapropriados para impedir o aumento de peso. A bulimia nervosa inicia-se, de acordo com o DSM-IV-TR (2002), no final da adolescência ou no inicio da idade adulta. Os episódios de ingestão compulsiva começam, normalmente, durante ou após uma dieta. A evolução desta perturbação poderá ser crónica ou intermitente, isto é, com períodos de remissão alternados com períodos de ingestão compulsiva. No entanto, aquando do seguimento a longo prazo, sintomas de vários indivíduos tendem a diminuir. Os momentos de remissão superiores a um ano estão associados a um melhor prognóstico a longo prazo. Na maioria das vezes, o consumo excessivo e descontrolado de alimentos não tem o objectivo de apenas saciar a fome da pessoa, mas também, encontra-se associado à função de apaziguar, de ajudar em momentos em que a nível psicológico e emocional o indivíduo não se sente bem.
A pessoa com Bulimia tem comportamento social visível e atitudes emocionais visíveis perfeitamente normais. Isso quer dizer que não se pode perceber esses pacientes tão facilmente. O máximo que se pode notar, enquanto não aparece a desnutrição ou outras complicações, é o hábito suspeito de correr para o banheiro depois de comer. Existem duas grandes dificuldades no tratamento da Bulimia e da Anorexia: a demora em procurar o atendimento médico e a falta de aderência do paciente. Na realidade, a primeira reflete a recusa da família em aceitar a doença e a segunda a recusa do paciente. A recusa da família deve-se, principalmente à influência de parentes, leigos que acham tanto a Anorexia como a Bulimia algum simples capricho, uma teimosia ou algo que vai passar...
Ainda tem casos onde os pais optam por alguma coisa "mais natural", algo "que não faça mal" ou a famosa frase "onde já se viu a Bia ter que tomar esses calmantes..." Enfim... a ignorância também pode matar.